O ato de trabalhar está longe de ser uma atividade centrada no individuo, mesmo que com frequência olhamos para o desenvolvimento individual, o ato de trabalhar é, acima de tudo, uma atividade relacional, em que a essência está no coletivo.

Como grande parte das atividades humanas, aquilo que fazemos no trabalho está relacionado com o outro, é feito para o outro ou com o outro, permite-nos obter um lugar na sociedade e ao contribuir com a nossa inteligência e nosso esforço, estamos colaborando com a construção de um ofício, que tem um conceito e um lugar no social.

Em relação ao adoecimento psíquico e o empobrecimento da existência humana advindas do fato do homem viver no mundo como sujeitos dependentes do trabalho, já temos um bombardeio de informações, diagnósticos e pesquisas.

Aqui, trazemos à luz um dado para ampliar essas condições tão bem discutidas na ciência: o trabalhar em si já não é neutro para a saúde, muito menos para a saúde mental.

Dado esse que não precisa ser uma falácia nem um infortúnio, não vem para destruir a lucratividade das empresas nem para desbancar nosso modelo de mercado, ele só precisa ser olhado como um conhecimento, e com isso, fazê-lo ser útil para os trabalhadores e seguirmos evoluindo, principalmente pela centralidade do trabalho para a humanidade.

Então, questionamos, o que é saúde mental corporativa?

Não é indicado começar um conceito falando o que ele não é, porém, precisamos destacar que saúde mental corporativa NÃO É somente a ausência de adoecimento psíquico no ambiente de trabalho.

Saúde mental corporativa é mais, é um bem-estar relacional, uma mobilidade entre o individual, o coletivo e produtivo, com relações dinâmicas entre colaborador e tarefa, equipe e liderança, gestor e gestão, colaborador e autoridade, metas e equipes, empresa e resultados, etc.